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FIEMG MUDA ESTATUTO PARA MANTER FLÁVIO ROSCOE NO PODER: UMA MANOBRA PARA SE ELEGER?

Em uma decisão que levanta muitos questionamentos, o então presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, faz uma alteração no estatuto da entidade que garante sua permanência na presidência até dezembro de 2026. A justificativa oficial é a necessidade de alinhar o período de mandato com outras federações e permitir a continuidade de projetos, mas o que será que está por trás dessa manobra?

Essa manobra trouxe à tona questionamentos profundos sobre o futuro do setor industrial mineiro. Afinal, com a manutenção de Flávio Roscoe na presidência e as mudanças propostas juntamente nessa alteração, nos parece, mais uma manobra estratégica para perpetuação do poder e que pode comprometer a representatividade e a governança da entidade, refletindo diretamente nos trabalhadores.

Mais uma alteração estatutária

Flávio Roscoe, já havia conduzido uma reforma estatutária no início de sua gestão para reduzir os mandatos de quatro para três anos e agora reverte a própria decisão. A mudança não apenas contradiz seus discursos iniciais sobre a alternância de poder, mas também reforça a percepção de que suas ações servem a interesses pessoais e políticos.

Essa reversão da redução de mandatos, implementada por Roscoe no início de sua gestão, expõe a fragilidade dos seus discursos, além de contradizer princípios de democratização e reforça o temor de que a Fiemg esteja sendo usada como plataforma política. Não é coincidência que as movimentações ocorrem em meio às especulações de que Roscoe pretende ingressar na política em 2026. A extensão de seu mandato fortalece as suspeitas de que Roscoe utiliza a Fiemg como trampolim para sua projeção política. Será que está tentando reproduzir o feito de José de Alencar?

Mudanças Estatutárias e Impactos no Setor

Entre os principais pontos levantados com a alteração estatutária, destacam-se:

  • Reorganização estrutural: Potenciais impactos na governança da Fiemg, com riscos de centralização de poder.
  • Foco em desenvolvimento regional: Embora o discurso oficial defenda maior apoio às regiões, há incertezas sobre como isso afetará a distribuição de recursos.
  • Fortalecimento da cadeia produtiva: Apesar de prometer beneficiar o setor, há dúvidas sobre a inclusão efetiva de todas as partes interessadas, especialmente os trabalhadores.

Essas mudanças, enquanto apresentadas como uma evolução para o setor, suscitam reflexões importantes sobre os rumos da Fiemg e o equilíbrio de poder na instituição.

Reflexões Necessárias

  1. Representatividade: As mudanças atendem realmente às necessidades e anseios de todos os segmentos da indústria ou favorecem uma elite empresarial? Trabalhadores serão contemplados, ou suas demandas continuarão sendo ignoradas?
  2. Transparência: A reorganização estrutural promoverá maior clareza e acesso às decisões e ações da Fiemg? A falta de diálogo sobre as mudanças levanta suspeitas sobre sua legitimidade.
  3. Diálogo Social: A entidade garantirá espaços efetivos para discussões com sindicatos e trabalhadores? O histórico de negociações conduzidas à revelia de representações sindicais reforça o temor de exclusão.

Impactos na Negociação Coletiva e o Enfraquecimento dos Sindicatos

Diante de todo esse cenário, Roscoe, não parece se importar com seus possíveis eleitores que são trabalhadores da FIEMG, visto que não é a primeira vez que o presidente da Fiemg adota práticas que desrespeitam trabalhadores e sindicatos. Em 2024, um reajuste de 3% foi concedido fora do acordo coletivo do SENALBA MG, prejudicando diretamente os empregados ao não incluir o pagamento retroativo. Contudo, o reajuste do plano de saúde foi de 18%, porém, nesse caso foi cobrado retroativo a maio, ou seja, o aumento do plano de saúde foi muito maior que o reajuste “espontâneo” da FIEMG. A medida, realizada à revelia das negociações sindicais, mas usando o percentual exato pedido na pauta de reivindicações, teve como objetivo enfraquecer o sindicato e desmobilizar os trabalhadores, uma estratégia que se alinha à política de esvaziamento das entidades representativas da classe trabalhadora que vem sendo praticado há algum tempo pela extrema direita bolsonarista.

Além disso, essa conduta reforça um histórico de decisões que priorizam os interesses patronais em detrimento do diálogo democrático com as categorias representadas. Para o SENALBA MG, essas práticas são um claro ataque à autonomia sindical e à valorização dos trabalhadores.

A Quem Serve a Gestão de Flávio Roscoe?

Já que os trabalhadores não são prioridade, fica o questionamento: a quem serve a gestão de Flávio Roscoe e quais interesses estão escondidos nessa reforma estatutária? Enquanto Roscoe promove reformas que garantem sua permanência no poder, trabalhadores enfrentam dificuldades crescentes para negociar melhores condições de trabalho e reajustes salariais que ultrapassem a inflação. A condução da Fiemg sob sua liderança tem mostrado uma postura distante dos interesses da base produtiva de Minas Gerais, favorecendo políticas que beneficiam apenas uma elite empresarial.

Compromisso com os trabalhadores?

A adequação do estatuto da Fiemg, caso necessária, deveria refletir um compromisso genuíno com todos os públicos afetados por ela. É fundamental que todas as partes interessadas sejam ouvidas e consideradas, desde trabalhadores até pequenos empresários e representantes sindicais para que isso aconteça de maneira transparente e igualitária. Infelizmente, as decisões recentes apontam para um caminho de exclusão e concentração de poder, nada diferente da “meritocracia” duvidosa aplicada à distribuição da PPR nos últimos anos.

O SENALBA MG reafirma sua crítica às práticas centralizadoras e excludentes da Fiemg e destaca a importância de resistir a essas manobras por meio da unidade da classe trabalhadora. Continuaremos lutando por transparência, representatividade e o fortalecimento do diálogo em todas as instâncias.

É hora de fortalecer a luta coletiva para que não traga mais prejuízos a quem menos tem voz dentro da FIEMG: Os trabalhadores.

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