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Entenda o que está por trás do “Voto de Confiança” concedido pela FIEMG.

Companheiros e companheiras,

Estamos diante de uma situação que, infelizmente, revela a dura realidade enfrentada por nossa categoria. O presidente do Sesi, Senai e IEL, juntamente com sua comissão de negociação, negou sistematicamente ao sindicato um reajuste digno que superasse o índice inflacionário (INPC) do período. Prolongou as negociações, fazendo com que os trabalhadores, já impactados pelo aumento do custo de vida, aguardassem indefinidamente por uma solução justa. Mesmo diante de inúmeras tentativas de negociação por parte do sindicato, eles mantiveram uma postura irredutível.

Quando a situação já estava insustentável, a instituição ofereceu um reajuste irrisório, quase simbólico, para uma pequena faixa salarial e um aumento vergonhoso no vale-alimentação. O sindicato, ouvindo as queixas dos trabalhadores que pediam uma solução imediata, acabou aceitando o acordo. Era isso ou deixar a categoria ainda mais prejudicada pela demora e pela intransigência da direção das entidades.

No entanto, precisamos lembrar que o atual presidente está no fim de seu mandato. Durante todo o seu tempo à frente da gestão, ele nunca concedeu um aumento maior que o INPC. Se dividirmos esse “reajuste espontâneo” pelo total de anos de sua administração, veremos que o percentual final seria irrisório. Não há nenhum ato de benevolência em sua ação, apenas uma tentativa de manobrar a opinião pública, confundir os trabalhadores e melhorar sua imagem, especialmente após o discurso que indignou a categoria, onde afirmou que os alunos saem do sistema ganhando um salário inicial maior do que muitos instrutores que os qualificaram.

O que aconteceu em seguida foi uma verdadeira falta de lealdade no processo de negociação: após a assinatura do acordo, o presidente foi a público dizer que a empresa, por “iniciativa própria”, concederia um aumento maior por fora, excluindo o sindicato dessa conquista. Essa atitude foi uma tentativa clara de manchar a imagem do sindicato e confundir os trabalhadores, quando, na verdade, tudo o que foi concedido já estava na pauta construída pelo sindicato em assembleia com vocês, os trabalhadores. Eles simplesmente se apropriaram das ideias elaboradas pelo sindicato, que foram ouvidas e discutidas em assembleia. Da mesma forma, ocorreu no ano passado com relação aos auxílios creche para os pais e outros benefícios.

Por que ele fez isso? Porque o patrão sabe muito bem a força que um sindicato forte tem. Eles sabem que, quando o sindicato é enfraquecido, podem explorar quem realmente faz a empresa funcionar: VOCÊS. O que eles não querem é pagar o retroativo que, por direito, deveria ser concedido pelo atraso nas negociações, algo que o sindicato nunca abriu mão.

E essa não é a primeira vez que vemos esse tipo de estratégia. O patrão finge não ter condições financeiras para dar um aumento digno, prolonga a negociação, desgasta o sindicato e, quando menos esperamos, “surge” dinheiro do nada para uma “boa ação”, tentando ganhar os trabalhadores pelo cansaço e pela desinformação. A manobra é clara: enfraquecer o sindicato, manchar sua imagem e jogar os trabalhadores contra ele.

Mas, companheiros, precisamos entender que o sindicato somos todos nós. Enfraquecer o sindicato é enfraquecer a nossa própria luta. Quando atacamos o sindicato, estamos atacando nossos próprios direitos. Sem um sindicato forte, caminhamos para a precarização completa do trabalho, para o retrocesso dos direitos conquistados com tanto esforço, para um futuro onde o trabalho análogo à escravidão, ou algo muito próximo disso, possa voltar a ser realidade.

A pergunta que fica é: para onde iremos com isso? Qual será o futuro do trabalhador em nosso país se continuarmos permitindo que práticas antissindicais como essa prevaleçam? O patrão está defendendo os interesses dele, e nós, trabalhadores, de que lado estamos? O futuro parece sombrio se não despertarmos para essa realidade. O rico continuará ficando mais rico e o pobre mais pobre, a menos que tomemos consciência da importância de um sindicato forte e atuante.

A luta continua, e é a união que vai nos levar adiante! Vamos refletir sobre isso e lembrar que a força do sindicato está em cada um de nós.

Juntos somos mais fortes!

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